SOBRE FALSIFICADORES E INTRUJÕES

O doce negócio do vício…

O açúcar e adoçante estão a mudar o mundo, não é a primeira vez e não se ficará por uma tendência temporal, é uma conquista.

Quando Cristóvão Colombo embarcou na sua segunda viagem para as Caraíbas levou com ele alguns pés de cana-de-açúcar, o açúcar doce era um tesouro de luxo; que só mesmo os ricos podiam pagar.

É verdade que os árabes cultivavam há algum tempo a cana-de-açúcar em todo o mediterrâneo, e os portugueses também tinham plantado por volta de 1420 na sua ilha tropical atlântica da Madeira.

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Trezentos anos depois já tinham sido enviadas para a Europa mais de 12 milhões de toneladas de açúcar, as Caraíbas eram o eixo do negócio para a Europa e os Europeus já não prescindiam dos cristais doces no chá ou no café. Em 1800 as Caraíbas forneciam mais de 80% das necessidades mundiais de açúcar; mas as Caraíbas foram também o ponto terminal e central de transbordo para outra “mercadoria”, sem a qual a subida íngreme do consumo de açúcar nunca teria sido possível: os escravos.

Quando Cristovão Colombo chegou com as suas plantas açucareiras ao que é hoje o Haiti, no intuito de desenvolver a plantação de açúcar, os colonos europeus que o seguiram encontraram o clima perfeito, o solo adequado e abundância de terra para limpar e tomar posse, mas tiveram de aprender que a colocação das estacas, a colheita, o corte e a trituração da cana, era um trabalho duro, cheio de privações, que não lhes agradava nada; necessitavam de mão-de-obra, mas os índios das Caraíbas, que não admitiam a invasão dos conquistadores brancos, recusaram-se a trabalhar nas plantações dos europeus.

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Isto mudou abruptamente quando foi lembrado que os escravos negros, já prezados e usado na Europa, poderiam ser trazidos de Africa para ocupar as colónias nas caraíbas despovoadas; milhões de africanos foram importados, mão-de-obra barata para a rápida expansão da cana-de-açúcar; uma quota de produção que se resumia a e que se resumia economicamente ao fator de cálculo de 2 toneladas de açúcar produzidas por escravo.

Após apenas alguns anos, desgastados, esgotados, mortos, os escravos eram trocados por carne jovem, um negócio que durou até 1808, quando o último escravo abandonou o navio.

Uma enorme convulsão demográfica que transformou o estrato social, étnico e condições políticas nas Caraíbas até aos dias de hoje.

O famoso comércio triangular – pano, armas e bugigangas para África, escravos de lá para as Américas, açúcar de volta à Europa – era um negócio seguro.

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É verdade que a partir de meados do século XIX o açúcar foi perdendo o seu estatuto de raridade e artigo de luxo, tornando-se num alimento básico e de consumo de diário. As famílias já não prescindiam dessa fonte de energia doce que pelo preço cobria as necessidades calóricas do corpo. Por volta de 1900, o açúcar estava no topo da lista, fornecia um sexto das calorias diárias que o corpo necessita; era um bem de primeira necessidade. O açúcar é energia pura, que o corpo absorve imediatamente e sem muito esforço digestivo; ao mesmo tempo propicio a sintomas de vicio.

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Após a chegada do açúcar à Europa em quantidades quase ilimitadas, este começou a aparecer em muitos alimentos no século XIX. Já não era apenas adicionado ao chá, café ou cacau pelo seu sabor doce, mas porque era considerado nutritivo e saudável tornou-se parte integrante do chocolate, do leite condensado, das compotas, de sobremesas e muito mais.

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