O AZEITE… UMA DÁVIDA DOS DEUSES!

O Azeite é em toda a bacia mediterrânica um dos principais ingredientes não só pelo uso na cozinha, mas também em tratamentos medicinais, de saúde e estética; a paisagem de Portugal até à Grécia é marcada por oliveiras, algumas delas com histórias milenares; ao mesmo tempo a cultura de cada povo reflete-se na relação que tem com o uso do azeite.

A cultura de oliveiras é comprovada desde há milhares de anos, sem possibilidade de encontrar na história e localização a sua origem, os comprovativos mais antigos levam-nos até ao paleolítico cerca de 35.000 anos a.C.; onde terão sido encontradas vestígios da existência da oliveira.

Uma lenda transcrita da região de Toscana na Itália conta a história de um encontro de arvores para coroar a rainha das mesmas, representadas pelas mais belas como acácias, aciprestes e a elegância do pinheiro, decidiram-se na escolha final entre o carvalho e a oliveira pela segunda… ficando para o carvalho a tarefa de dar um fruto que não sirva aos humanos… destinado aos porcos.

Na bíblia, encontramos uma referência de grande significado à oliveira, quando o pombo regressa à arca de Noé com um raminho de oliveira no bico… como sinal de que as chuvas diluvianas tinham terminado… um sinal de paz; significado que se mantém até aos nossos dias. No antigo e novo testamento encontramos cerca de 200 referências à oliveira, a arvore mais falada no livro do cristianismo.

Ao mesmo tempo a oliveira é das árvores com mais longo tempo de vida, cerca de 1.500 a 2.000 anos.

Na antiga Grécia o azeite era usado para untar o corpo e também um produto de beleza muito apreciado, como tónico corporal e ainda como creme nas feridas misturado com canela e cravinho, para além de ser usado em candeeiros como iluminação… na antiga Roma são conhecidas as lâmpadas de Lucerna; usadas nos santuários como dádiva.

O processo de recolha da azeitona ao sacudir e varejar os ramos assim como a extração através de prensagem não se alterou ao longo dos anos; já na antiga Grécia o óleo era misturado com água, numa segunda prensagem, para uma extração mais conseguida.